Curiosamente (e diferente de como costuma ser), eu não estava preocupada com como o Daniel se comportaria em nosso voo para Portugal.
Nem tive tempo para pensar nisso…
Teste de Covid para o voo para Portugal
Decidimos ir para Portugal apenas 48 horas antes do embarque, assim que pegamos nossos testes negativos de Covid – tínhamos passado o final de semana com um amigo positivo (descobrimos depois), então nossa viagem era incerta.
Com os testes nas mãos, foquei meu curto período de preparativos na logística da casa (gatos, plantas, funcionárias), nas malas e em onde dormiríamos nas primeiras noites em Portugal.
Quando me dei conta, já estávamos no Terminal 3 de Guarulhos, numa estranha e bagunçada fila de check in, comandada por um trio de funcionários confusos e desinteressados.
Até dá para entender, a velocidade com que as regras mudam em meio à pandemia deixa todo mundo um pouco “preguiçoso”. E as novas estratégias de higiene geralmente não tornam o processo mais eficiente.
Sim, eu gosto de totem. Mas num voo internacional de nove horas, o assento faz muita diferença e eu queria ter tido a oportunidade de usar meus vouchers de upgrade durante o check in com um atendente.
Diferente disso (de um humano), nos obrigaram a passar por todo o atendimento numa máquina que já escaneava o passaporte e resolvia tudo (do jeito dela).
O contato com o funcionário se restringiu à checagem dos nossos testes, passaportes e formulários sanitários online (cuja existência não sabíamos e tivemos que preencher na hora) e despache das malas.
Foi tudo tão estranhamente enrolado (sem ter tido motivo para ser) e impessoal que ainda estou confusa com como chegamos ao aeroporto com três horas de antecedência e pisamos no portão faltando apenas 30 minutos para embarcar.
Nosso voo para Portugal com um bebê
Seja como for, embarcamos. Nos acomodamos felizes numa das últimas fileiras da econômica – bem econômica meeesmo, aquela lá no fundo do avião (perto do banheiro! porque tudo tem um ponto “positivo”).
E, quando pisquei, estávamos voando.
Não ter me preocupado antecipadamente com o Daniel no avião foi ótimo, afinal, quando não criamos possibilidades catastróficas na nossa cabeça, o que sobra é a realidade.
E a realidade é que o Daniel brincou um pouco, comeu um pouco, chorou um pouco e dormiu por mais de cinco horas.
Quando acordou, faltavam apenas duas horas para o pouso e isso me deixou especialmente aliviada.
Sobre o voo, bem, no ranking das mães preparadas, o topo não seria para mim.
Entrei no avião com apenas uma chupeta solta que caiu na madrugada (num daqueles buracos negros entre as poltronas do avião) e o Daniel me chupetou o voo inteiro.
Se o aprendizado tem um preço, esse veio inflacionado (vermelho e dolorido) para eu me lembrar de amarrar o raio da chupeta (das várias chupetas) que eu vou levar nas próximas viagens.
Tirando isso, tudo correu bem. Junto com o avião, o tempo também voou, graças à soneca da madrugada.
Passar tantas horas imóvel para não acordar o Daniel que dormia em cima de mim foi um pouco dolorido, mas sobrevivi.
Os choros eventuais dele provavelmente incomodaram alguns passageiros, mas sei que eles também sobreviveram.
Boas distrações: o pai e comida
Ter o Leandro como apoio fez total diferença quando precisei ir ao banheiro e me alimentar, corroborando minha admiração pelas mães incríveis que encaram essa aventura (viagem longa com bebê pequeno) por conta própria.
Quanto ao entretenimento e à alimentação, levei alguns brinquedos que o Dani pouco se interessou e uma banana raptada da sala VIP, que ele comeu inteirinha pouco antes do pouso.
Até tentei dar um pouco da comida do avião, mas ele ficou bem mais interessado no meu leite, ofertado fartamente (em uma livre demanda jamais vista antes, de quase nove horas) durante toda a viagem.
Se eu faria algo diferente nesse voo para Portugal além da chupeta? Sim.
No voo da volta, eu conto…
