Eu decidi mostrar minha vida no instagram.
[ Esse é o meu instagram: /stellasoragi ]
Não que eu não fizesse isso antes, uma vez ou outra por ano, geralmente tomada pela empolgação de alguma viagem.
Só que, diferente do que vinha sendo, dessa vez eu resolvi mostrar “profissionalmente” minha vida, com muito mais intencionalidade, consistência e estratégia. Como um trabalho!
E por mais que todo dia eu tente me convencer de que é algo simples, meus últimos vários anos de marketing digital me provam que, em detrimento de qualquer possível ganho financeiro, foi disso que fugi que nem diabo da cruz.
A dificuldade de criar algo para mim
Qual a dificuldade, Stella, de ao invés de criar mais um negócio espetacular para um parceiro, começar algo para você? Lindo, inspirador, de longo prazo, do jeitinho que você gosta?
Minha resposta na ponta da língua inclui basicamente: “tenho medo de não conseguir”, “meu perfeccionismo atrasa tudo”, “eu não gosto de fazer isso” (essa é clássica!) e “o que vão pensar de mim?”.
Macaca velha nesse assunto, já sei que isso tudo é pura cortina de fumaça que eu crio só para me distrair – uma confusão mental engenhosa e mirabolante.
Sei disso porque, se qualquer uma dessas justificativas fosse verdadeira, eu já teria resolvido, concorda?
Se ponto cego fica escondido nas nossas certezas (exatamente naquele lugar em que nunca olhamos), eu, por exemplo, tenho certeza de que nasci para os bastidores.
Estamos todos sempre em busca de um novo mistério, aquele novo segredo que vai mudar nossas vidas, nos levar de uma vez por todas do ponto A para o tão sonhado ponto B; mas…
…não hesitamos declinar imediatamente assim que somos colocados diante daquela exata única tarefa que permitiria, enfim, a construção de um novo cenário.
Por que fazemos isso?
Minha opinião: nem só de bônus uma nova vida é feita. Dar certo de verdade e atingir nossos objetivos vem acompanhado de uma série de consequências profundas.
Talvez tenhamos que quebrar algumas codependências, talvez tenhamos que fazer algumas despedidas; e isso pode ser assustador.
Ali no ponto B (da vida desejada), talvez não tenha mais espaço para maus hábitos, doenças, preguiça ou lamentação. Talvez não tenha mais espaço para visões inocentes da vida (em que sempre somos vítimas).
O grande risco de dar certo
No fim das contas, mostrar minha vida no instagram talvez seja o maior risco que eu já corri de fazer meu negócio dar realmente certo.
(Será que você também corre esse risco se fizer exatamente aquilo que você sabe que deveria fazer?)
“Meu (seu) negócio realmente dar certo” …
É um “certo” tão tremendo – e que traz consigo tantos outros “certos” – que me vejo usando toda a minha criatividade para abortar a missão; como se, nessa altura do campeonato, fosse uma opção.
Quando digo que costumo jogar a flecha e depois correr para desenhar o alvo, é sobre esse meu mecanismo de me proteger de mim mesma: se você quer fazer algo grande, dê sua palavra em voz alta, compartilhe com outras pessoas, comprometa-se.
Quando a gente se compromete, não tem mais volta.
Se por mim eu facilmente desistiria (de um novo instagram, de um novo negócio, de uma nova vida), pelas minhas alunas eu sigo.
E você? Segue por quem?
Amei o texto!! O perfeccionismo nos protege de nunca errar… mas também de nunda fazer!! Obrigada por compartilhar!! Tocou em mim!! E me fez sentir a energia do fazer com vulnerabilidades e erro! Me desafiei a sair da zona de conforto que me protegia de não errar!! Seu curso é show!!